Os governos do Brasil e México anunciaram a conclusão das negociações para o reconhecimento mútuo da cachaça e da tequila para proteger a denominação de origem dos dois produtos. Isto significa que a cachaça vendida no México só poderá levar no rótulo o nome da bebida brasileira. O mesmo valerá para a tequila mexicana comercializada no Brasil.
Ao reconhecer a indicação geográfica das aguardentes, o chamado Acordo Cachaça-Tequila assegura a proteção dos dois países contra a concorrência desleal de produtos que queiram se beneficiar indevidamente da reputação dessas bebidas. “O acordo contribui também para a expansão do reconhecimento mundial da cachaça e da tequila como indicações geográficas do Brasil e do México”, disse a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo.
Em 2015, segundo dados do Conselho Regulador da Tequila, o valor das exportações de bebida mexicana ao Brasil alcançou a cifra de US$ 8 milhões (1,3 milhões de litros). Em contrapartida, as exportações de cachaça ao México totalizaram apenas US$ 65 mil (40 mil litros).
As negociações foram concluídas durante a III Comissão Binacional Brasil-México, que está ocorrendo na Cidade do México. Para entrar em vigor, o Acordo Cachaça-Tequila ainda depende da assinatura dos dois países. As regras serão estabelecidas conforme os procedimentos legais previstos pelos governos de Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto.
O texto também prevê um grupo de trabalho para tratar de assuntos como o uso indevido das denominações cachaça e tequila.